Se você tem uma loja de cosméticos naturais chegou o seu momento, porque a Brisa no Ar abriu o seu diário para nós.
Claro que somos suspeitos para falar porque, simplesmente, AMAMOS a marca – ainda mais agora depois de saber como ela surgiu, mas já adiantamos, a conversa foi incrível.
Então separe o papel e uma caneta, e veja o bate-papo na íntegra abaixo:
Conversa com a Brisa no Ar – loja de cosméticos naturais:
1 – Como surgiu a ideia da marca?
Já tem oito anos que a Brisa existe, então é muito tempo atrás, né? E o nome Brisa veio porque eu tinha uma carreira até então bem marcada trabalhando em agência de propaganda, pela minha formação em publicidade propaganda. E aí quando resolvi largar tudo que eu fazia, eu imaginava que minha família iria ser contra, e vinha aquela pergunta na minha mente: mas você vai largar tudo e viver de brisa? E aí eu fiz o nome Brisa, só por uma brincadeira mesmo, para falar que sim, agora eu estou vivendo de brisa. Mas na verdade não, minha família sempre apoiou tudo que eu inventei de fazer até as coisas mais loucas, eles sempre apoiaram demais.
Mas a intenção era chamar Viver de Brisa.
E a minha história mesmo, eu trabalhei em agências por muitos anos, no Espírito Santo, em São Paulo, e em Los Angeles, tive a oportunidade de trabalhar fora do país, e tinha toda uma história na publicidade.
Sempre gostei de criar conteúdo, sempre gostei de criar storytelling, e eu era muito especialista nessa área. Então, isso me ajudou muito na Brisa, o que é, o conceito, amarrar toda ideia do que é a Brisa. Só que junto da publicidade, além de ser redatora, eu ainda era ilustradora, e fui para área da maquiagem, que eu sentia ligação, e que me levou para pintura corporal.
Assim, comecei a pesquisar muito durante muito tempo, viajar muito para comunidades tradicionais brasileiras, desde indígenas, comunidades ribeirinhas, todos que tinham essa ideia da pintura corporal, como os indígenas que têm as pinturas sagradas.
Então, toda história com a pintura corporal me levou a pesquisar muito essa identidade brasileira de pintura corporal, e aí veio toda vontade de conhecer ingredientes naturais. Eu já trabalhava com maquiagem, mas era irado viver a história dos indígenas que pintavam o corpo com ingredientes naturais, carvão, argilas como caulim, que é aquela argila branca, o próprio Jenipapo que faz aquela tinta que fica na pele uns 15 dias.
Então, com esse estudo eu venci o movimento hotspot, né. Eu já tinha sido indicada ao prêmio Avon de maquiagem, várias categorias, mas o movimento hotspot foi especificamente para estudar o que eu chamei de um estudo das raízes da beleza brasileira, dessas comunidades tradicionais.
E foi nesse estudo, durante esse tempo, que surgiu a Brisa, a ideia de fazer os meus próprios produtos, no caso, principalmente, maquiagem naquele primeiro momento, com ingredientes naturais, o mais natural possível.
2 – A identidade visual é algo muito forte na marca, se destacando ainda mais como loja de cosméticos naturais, qual é o conceito dela?
A identidade da Brisa nasce do seu sopro natural de ser. Essa busca pelos ingredientes naturais, que é uma coisa que eu ligo muito à feminilidade também, porque se você pensar, sempre tem uma avó que passa por uma mãe, que passa por uma neta.
Desde um cuidado com a pele, como a babosa, por exemplo, até um chá que é bom você tomar numa época da menstruação. Então, esse cuidado, esse autocuidado, é muito ligado ao feminino. Por isso que eu sempre liguei muito à Lua e a esses ciclos femininos.
3 – Hoje, qual é o meio que mais atrai clientes para você?
Hoje a gente é uma empresa 100% digital, a gente não tem nenhum ponto físico e a nossa equipe trabalha cada um de um lugar. Então, a gente aprendeu a viver nesse mundo digital. E foi no digital que a beleza cresceu, porque durante esses primeiros anos eram viagens mesmo pessoais, para conhecer culturas diferentes do Brasil, da América Latina, sempre participando de projetos que davam bolsas, de coisas que me possibilitavam ir um pouquinho mais longe. Como no Acre, que eu fiquei três meses e tive essa possibilidade por conta de editais e coisas desse tipo.
Então, o começo foi muito assim e aí eu fazia os meus produtinhos e vendia em pequenas feirinhas e nisso eu fiquei muitos anos. Foi só durante a pandemia, que a gente ficou trancado dentro de casa, que além de ter um crescimento muito grande de autocuidado da pele, também cresceram muito as compras online.
E aproveitei esse momento para falar que a gente é 100% digital. Hoje, a gente está ali 100% na internet, vivendo esse mundo que é irreal, digital, mas ao mesmo tempo a gente o trata com muita realidade. A gente tem um tipo de relação com os nossos clientes que é inacreditável. E a gente tem 180 mil seguidores, mas assim, conhecemos as pessoas que compram, a gente tem um tipo de relação próxima, quem pede indicação, eu já peço foto.
Ela me manda foto, fala bom, a gente tem o antes. Aí você vai usando cada semana e vai mandando uma foto para a gente acompanhar. E a gente conhece mãe, pai, vó, periquito, papagaio das pessoas, sabe? A gente cria uma relação com a nossa comunidade, que é muito verdadeira, mesmo estando nesse meio, que é digital.
3 – Como é o seu processo criativo?
O meu processo sempre foi de imersão mesmo.
Assim, ficar morando com comunidades ancestrais, vivendo as coisas na real, eu acho que tem muito a ver com o que eu passei para a Brisa hoje, que é o seguinte, tem essa relação com as pessoas próximas. Quem são as mulheres que te inspiram? Eu não consigo pensar em influências grandes ou empresárias ou famosas.
Quem me inspira é a Luciana, que compra comigo e a mãe dela, dona Graça Guerra, entende? São as pessoas reais que a gente tem contato, e essa coisa de trazer para o mundo real é muito inspiradora para mim, porque tem verdade envolvida. E é aí que a gente vê que o nosso produto faz efeito mesmo. Não fica só numa bolha, sabe?
4 – Qual foi o seu primeiro conteúdo que viralizou?
O primeiro ano e o segundo ano, foram bem imersivos e de testes. Então, o Instagram estava meio parado.
Mas vamos voltar seis anos na marca. A gente tinha muito mais visualização do que a gente tem hoje. Hoje um post tem 100, 200 likes. Há seis anos, ele dava 2000 likes, e aí a gente demorou para entender porque isso rolou, mas rolou porque naquele momento eram pouquíssimas marcas desse modelo que tinha no Brasil. Não tinham marcas fazendo maquiagem artesanal, então quem procurava, achava a gente. Então, nesse comecinho a gente viralizou muito.
E aí, por exemplo, eu era uma pessoa que não tinha 30 vendas no mês, não tinha 10 vendas no mês, mas eu saía em grandes jornais. Eu me lembro, o primeiro produto mesmo que viralizou foi o Bio Glitter, quando eu fazia lá atrás, com ingredientes que eu catava na natureza. Saiu no site, na revista impressa da Trip ou da TPM, uma coisa assim. E aí gerou muita visualização.
Então eu acho que o que mais fez a gente viralizar foi isso, foi estar no começo das coisas. A verdade é essa, porque desse momento de viralização demorou três ou quatro anos para realmente virar uma marca que vende, sabe? Então, foram duas coisas separadas no momento que a gente bombou mesmo, de chegar em muitos lugares e ter muitas visualizações, principalmente por conta de ter sido muito dos primórdios mesmo da cosmética natural, da cosmética artesanal, fazer a mão.
E demorou para vingar mesmo.
5 – Como são as suas ações de promoção?
A gente varia muito as promoções que a gente faz, né? Eu acho muito interessante estar sempre possibilitando que pessoas conheçam, porque o nosso foco em entregar um bom produto é isso que vai fazer, que vai garantir o nosso cliente. Mas como esse produto vai chegar até ele, às vezes ele precisa de um frete grátis e a gente varia isso para o produto chegar na mão das pessoas.
6 – De que forma você usa o Instagram para gerar vendas, mesmo em uma loja de cosméticos naturais?
Então, hoje o Instagram é 100% para a gente. A gente tem uma equipe de tráfego pago também, que é uma coisa que não tem como viver sem. Mas o orgânico do Instagram ainda representa mais de 60% do faturamento do todo. A gente depende muito, mas a gente tem até está querendo sair um pouco disso, porque a gente ficou um pouco dependente do Instagram.
Então isso acaba que gasta muito a equipe, principalmente eu, para produzir muito conteúdo. Hoje a gente quer multiplicar essas fontes aí tem outras mídias, fazer encontros presenciais e criar formas de sair um pouco do Instagram, porque hoje a gente depende muito dele.
A gente passou por várias fases mesmo, igual no isolamento mesmo.
As pessoas queriam saber os ingredientes, então falar fundo de cada ingrediente. Depois já virou uma coisa assim “Não, eu não quero uma mensagem tão longa, quero uma mensagem mais rápida e divertida”. Então, muito reel. Engraçadinho, muito curto, muito meme. A gente tem uma comunicação que difere um pouco de outras marcas, não é mais sério, não é formal. A gente busca ter uma voz de autoridade sobre o que a gente está falando, mas sem perder o bom humor, a leveza, o brincar com a gente mesmo.
Então a gente sempre está muito disposto a isso. E é muito louco pensar que hoje você tem que passar uma mensagem em menos de 1 minuto e meio, né? É uma construção. Todo dia dá um passinho porque as pessoas não aguentam mais mensagens muito longas.
7 – Qual foi a sua principal dificuldade no início?
A principal dificuldade no começo é a real dificuldade que eu tive no começo, eu estava num momento muito dura. Quando eu comecei a Brisa, eu estava muito, muito, muito dura. Então o primeiro passo ali de investimento foi R$40 da minha mãe, que me levou numa loja e investiu na ideia, sabe? Comprou os primeiros potinhos e tudo. Então é muito difícil começar qualquer coisa sem grana. Mas eu também tive um parceiro que hoje é meu sócio, que investiu muito nessa ideia.
Então, o grande problema no começo foi como conseguir se dedicar tanto a uma ideia sem conseguir investir naquilo, porque para mim a marca só deu certo mesmo quando eu parei tudo porque era isso.
Eu fazia maquiagem, eu cortava cabelo, fazia ilustração, eu fazia redação, desenho, pintura de muro, de tudo, fazia mil coisas. Mas quando parei tudo e falei eu vou me dedicar a Brisa, foi quando aquilo começou a dar certo. Se você não tem uma verba para aquilo, então é muito, muito difícil começar uma ideia sem ter o financiamento para ela.
8 – Qual você considera a chave para uma boa comunicação?
A chave da boa comunicação é a verdade. Não tenho outra. Principalmente porque o resto é técnica e aí você pesquisa. É como dizer como conquistar meus primeiros clientes. Pergunta no Chat GPT e ele vai te responder. Então, existem muitas estratégias que você pode usar na sua vida para construir uma marca, seja ela qual for. Mas o cerne da coisa é a verdade envolvida naquilo.
Porque se você fizer uma marca só para ganhar dinheiro, aquilo ficou muito claro. Não é de todo ruim, é uma possibilidade. Às vezes o que você quer é isso. Mas fica clara a sua intenção de verdade com aquele negócio, que seja vender roupa, que seja prestar serviço, que seja ter um produto próprio, que seja revender um produto de alguém, você construir a sua verdade…
Então, ter essa verdade formada vai responder todas as dúvidas para você, porque vão aparecer muitas dúvidas. Você quer vender sua marca? Você quer crescer? Até que pontoque você não abre mão? Então, todas as respostas que você precisa dar com o seu negócio vão vim desse cerne, que é o coração mesmo, de uma ideia que é por que você quer fazer aquilo. Qual a sua verdade em cima daquilo? Isso vai realmente facilitar tudo para frente.
9 – Qual dica de comunicação você daria para quem está começando um negócio, ou loja de cosméticos naturais?
Crie um Instagram e comece a documentar toda a sua vivência. Compre um curso online para aprender as primeiras fórmulas e você já está fazendo alguma coisa.
Você já está criando um Instagram e ali fazendo tudo que você pode, botando, revitalizando em comunidade, criando uma rede junto daquilo que você está fazendo, e em paralelo, o que você tiver que fazer naquele momento para se sustentar mesmo e desenvolvendo a ideia que você pode juntar um fundo.
Isso até o momento que você fala “não, agora deu certo, agora eu já fiz um curso, agora eu já tenho o meu Instagram, agora eu já tenho a minha marca” e isso até o momento que você puder paralisar e se dedicar só aquilo.
Você criou seu Instagram para sua marca, você bota a sua dificuldade que você está tendo no sentido de documentar todo o seu processo. A Brisa foi muito isso. Se você for lá no começo da marca era documentando ou fazendo os primeiros itens, eu fui fazer chás, eu fazia escalda pés, depois eu comecei a fazer vela, nada que ia na pele da pessoa, porque realmente você tem que ter uma responsabilidade muito grande com esse tipo de fórmula, então é muito tentativa e erro.
Mas é isso, você já vai dando passos em direção aquilo, já vai formando a sua marca de alguma forma, seu storytelling.
Conclusão – loja de cosméticos naturais
Agora que você já conhece a Brisa no Ar, que tal se inspirar e adotar algumas das táticas para a sua loja de cosméticos naturais?
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